AUTORES:
INTRODUÇÃO
As mais
novas concepções em torno do que é patrimônio histórico nos dão conta de que,
prédios ou construções antigas que possuem significados para uma população ou
para um grupo social, não são apenas estruturas físicas, são “lugares de
memória”, ou seja, são patrimônios históricos, porque são investidos de
simbologia e significados, representantes de relações humanas que foram, ou são
estabelecidas neles. Partindo desse
pressuposto “um lugar quer dizer um fato material produtor de sentido” (BORJA,
1999, P. 30) que quando alterado em demasia, fere a identidade da população e
apaga inúmeros aspectos histórico-sociais de uma época. O Município de Crato-Ce
passa por uma verdadeira metamorfose, pois ao avaliar a quantidade de
construções históricas antigas da cidade e compará-las com registros
fotográficos de entre vinte e trinta anos atrás, pode-se observar que o centro da
cidade e vários outros espaços físicos de lazer ou sociabilidade foram
totalmente modificados. As últimas reformas que
foram realizadas nas praças centrais pelo Governo estadual, aconteceram sem
nenhuma consulta ou consentimento da população; e a cada reforma uma
transformação radical é realizada. E cada vez que se modifica um lugar, se
modifica também a relação que as pessoas mantêm com ele, aproximando ou
distanciando ao passo que pode torná-lo agradável para a geração mais jovem do
presente, mas afeta as memórias afetivas de gerações mais velhas e as
lembranças delas para com o lugar, ao passo que, também se apagam aspectos
históricos com os quais estas novas gerações já não vão mais entrar em contato.
Diante da
problemática com relação ao descaso por parte do poder público e da própria
sociedade no tratamento que há com a memória ou com os vestígios materiais da
história do Crato, O presente trabalho busca despertar junto à comunidade
escolar e a população cratense para a importância de se preservar a arquitetura,
os monumentos do patrimônio histórico que ainda resta na cidade, uma vez que
“nem tudo o que é velho é inadequado e nem tudo o que é novo é progresso”
(FILHO, 2007, P. 214).
METODOLOGIA
Projeto desenvolvido
por professores e alunos da Escola José Alves de Figueiredo por meio de
pesquisa bibliográfica, questionários, entrevistas, e estudo de campo.
Inicialmente foi realizado um diagnóstico com os alunos para perceber a
relevância do tema proposto; e em seguida buscou-se referências bibliográficas
orais e escritas que descem subsídios à pesquisa. Depois de selecionar fotos
antigas do município e de refletir sobre o impacto causado pela modernidade em
sua estrutura urbana fomos à campo para ver na prática, como as eventuais
transformações apagaram ou ofuscaram a história do Crato.
OBJETIVO
Despertar junto à comunidade escolar e a sociedade cratense o sentimento
de pertencimento ao lugar em que vivem mostrando a importância e a necessidade
de se preservar o patrimônio histórico que ainda resta na cidade sob a pena de
perder a essência de seu riquíssimo passado histórico.
RESULTADOS
Perceber que a memória histórica da cidade está se fragilizando, já que diminuindo
os vestígios materiais físicos, prédios , construções, seus monumentos ou com a
escassez destes, ela dependerá
exclusivamente dos registros escritos e do empenho das pessoas em buscar esta
história, caso ainda se interessem por
ela.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A
busca por adequação urbana, a tentativa talvez de melhorar o fluxo de pedestres
e de automóveis ou por capricho ligado a aparência, as ruas, os prédios, as
praças foram radicalmente modificados, postos abaixo evidenciando o desrespeito
e completo descaso com a memória do povo cratense. Parece não haver a menor
preocupação em preservar os aspectos histórico-sociais da cidade, fato que faz
do município do Crato hoje, uma cidade pobre do ponto de vista da preservação
do patrimônio histórico.
PALAVRAS
CHAVES
PATRIMÔNIO
HISTÓRICO – LUGAR – SIGNIFICADO – HISTÓRIA
REFERÊNCIAS
- · CIDADE CONTEMPORÂNEA, 2002, Salvador. CD Anais - III Seminário Internacional Patrimônio e Cidade Contemporânea. Salvador: FAU-UFBA, 2002.
- · FILHO, Waldemar Arraes de farias. Crato: Evolução urbana e Arquitetura 1740-1960. Fortaleza: Expressão gráfica e Editora, 2007. 272p.
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