domingo, 13 de março de 2016

Se voltasse a viver



Se voltasse a viver Senhor...
Quando o ar enchesse o meu pulmão
Não saberia demonstrar quanto esplendor
Em sentir o batido do meu coração.
Porem aos olhos do mundo,
Tornar-me iria outra vez um defunto
Junto a bando de imundo
Desprezado e sem complacência
Numa sociedade desprivilegiada
E por vozes sem consciência.
Eu reagiria de forma diferente;
Não mais rígido e violento
Para ajudar toda essa gente.
Seria passivo e amoroso;
Jamais ignoraria a voz do meu povo
Nem tornar-me iria tão tenebroso.
Contentar-me-ia com o sorriso das crianças.
Enfrentaria a todos os males
Para proteger e lhes dá mais esperanças.
Viveria um eterno e grande amor!
Não maltrataria a minha mulher,
Ao contrario, a acordaria com um ramalhete de flor.
Meus filhos ainda muito inocentes,
Os cobriria de mimo e acalento
Fazendo-os viver muito mais contentes.
Meu pai, já idoso e ressentido,
Pedir-lhe-ia perdão em veemência
Por ter sido imprudente e ter mentido.
Por toda essa declaração     
Não almejo obter confiança
Nem tampouco comoção...
São apenas simples lamentos
De uma vida conturbada
Às vezes vaga, sem sentimentos.
Abriria aos olhos da nação
Para a importância da natureza inocente,
Que a humanidade parece não ter noção...
Das probabilidades da falta de alimento,
Do ar puro essencial a respiração.
Agora, desprovido dos órgãos do sentido
Percebo nitidamente a “razão”,
A qual antes só tinha fingido,
E faço bom uso de meu inexistente coração.
Como parece ser impossível!
E o “destino nos tira à forma de gente”,
Senhor gostaria apenas não ser “transponível”
Por um breve e inesquecível momento
Para tentar conciliar o inexplicável
Com segredos humanos e seus fundamentos...
(Luciano Francisco de Melo)

sexta-feira, 4 de março de 2016

Projeto “O uso inadequado das tecnologias digitais e seu impacto negativo no rendimento escolar do aluno”

Orientador: Luciano Francisco de Melo
Orientandos: Thais Alexandre Mendes, Jheniffer Tavares Muniz e Ricardo Alexandre Mendes



Resumo do projeto
            A educação brasileira, nesse início de século passa por transformações significativas no que diz respeito ao ensino, e à busca de soluções válidas que permitam alcançar metas educativas em evolução com as próprias mudanças técnico-materiais e socioeconômicas. Pedagogicamente, “as novas realidades exigem outro tipo de preparação cognitiva, social e afetiva” (SANCHO et al. 2006, p.65), pois as práticas escolares em curso testemunham um novo processo histórico – o ápice da revolução técnico-científica e informacional que traz consigo uma gama de objetos tecnológicos que “proliferam” todos os ambientes da vida social. Não se pode negar a importância das tecnologias digitais para o homem moderno e seu modo de vida, mas a tecnologia cada dia mais acessível à população com absolescencia programada e, às vezes sem essência aparente, pode trazer prejuízo à aprendizagem das crianças e dos jovens, faixa etária com maior disposição para usufruir do ciberespaço que a cada dia se consolida com o avanço técnico. Estudos indicam que “o mau uso da tecnologia na educação pode ser um grande agravante no processo de desenvolvimento da criatividade e da síntese de informação” (CRUZ et al.), bem como o uso inadequado das mídias digitais em sala de aula comprometem não apenas a concentração do aluno em particular, mas toda e qualquer atividade pedagógica desenvolvida em sala com os alunos. Seguindo este raciocínio, pode-se “comparar a tecnologia com os remédios, todos vem para ajudar e melhorar a qualidade de vida da população, mas tomar doses muito altas pode trazer ainda mais complicações à saúde (CRUZ et al.). sendo assim, tão importante quanto a medicação correta é saber o local, a hora de usar e a potencialidade das tecnologias digitais quando usadas de forma correta. Contrastando com a ideologia dominante que instiga o consumo de aparelhos tecnológicos está a realidade do baixo rendimento escolar dos alunos das escolas públicas. Fato que justifica o desenvolvimento deste projeto o qual busca mostrar à comunidade escolar que o uso indiscriminado e  inadequado de determinadas tecnologias como o celular, o fone de ouvido e a internet pode prejudicar o adolescente em quaisquer um dos segmentos de sua vida social e comprometer o seu rendimento escolar. O projeto será desenvolvido pelos alunos e professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Alves de Figueiredo por meio de revisão bibliográfica, palestras, questionários e entrevistas. Temos consciência de que “uma pessoa tem conhecimento quando pode enxergar implicações e chegar a conclusões”. (TALMUDE in Galdeman, 2007, p. 17) sendo assim, é notável que a Escola “vive” um momento histórico inimaginado na época dos nossos pais, marcado por avanços tecnológicos, aparelhos e mídias inteligentes que chegam à escola e que são capazes de interferir negativamente na aprendizagem do aluno pela forma imatura ou inadequada de uso.     
       

Palavras-chave

TECNOLOGIA – USO INADEQUADO – RENDIMENTO ESCOLAR


Questão ou problema identificado:

           
É inegável que as tecnologias digitais potencializam atividades e uma dinâmica social inimaginada há algumas décadas, assim como, é evidente que a forma de uso inadequado dessas tecnologias em ocasiões e locais, em especial na escola, pode comprometer a vida social do jovem e seu rendimento escolar.

Hipóteses ou Objetivos de Engenharia:

·         Analisar o uso inadequado das tecnologias digitais no cotidiano dos alunos e aquelas que chegam à escola mostrando que há uma relação direta com o baixo rendimento escolar dos alunos.
·         Discutir o impacto “repentino” da era digital, em ritmo acelerado e pensar sobre as futuras criações intelectuais e de comportamentos, ambos ameaçados pelo despreparo e uso inconsciente das tecnologias.
·         Mostrar que a atual conjetura histórica marcada pelo avanço técnico-científico informacional revela transformações metódicas nas praticas escolares.
·         Preparar o aluno para o uso consciente das mídias digitais a partir da compreensão da sua essência.
·         Entender que o celular e seus recursos multimídia se usados inadequadamente podem trazer transtornos jurídicos e sociais para os jovens.
·         Mostrar que o uso do celular e do fone de ouvido em sala de aula diminui e às vezes tira por completo, a concentração do aluno; influi na indisciplina e conseqüentemente atrapalha o seu rendimento escolar.
·         Colocar em questão o “mundo e o submundo” da internet.
·         Procurar regulamentar de forma consciente e produtiva na Escola José Alves de Figueiredo a lei 14.146/08 que proíbe o uso de celular e outros equipamentos eletrônicos de comunicação, nos estabelecimentos de ensino do Estado, no horário das aulas.

Descrição metodológica
           
             Este projeto será desenvolvido por professores e alunos da Escola José Alves de Figueiredo por meio de pesquisa bibliográfica, questionários, entrevistas, análise documental do rendimento escolar, em 2011 dos alunos participantes e que voluntariamente querem contribuir com os dados que darão veracidade e teor cientifico à pesquisa.
A revisão bibliográfica dará suporte teórico aos alunos fazendo-os com que percebam a essência das tecnologias, o quanto elas são importantes, mas que se usadas inadequadamente em vez de beneficiar oferecem riscos jurídicos e sócio-educacionais.
Esse trabalho será de caráter qualitativo e quantitativo e envolverá diretamente alunos do sétimo ano do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio. Os alunos serão selecionados pelos professores e pelo núcleo gestor da escola sob o critério de haver ocorrência (oral ou escrita) do aluno com relação ao uso do celular em sala de aula. Devem ser escolhidos cinco alunos de cada turma, totalizando 90 jovens que participarão da pesquisa.
 Inicialmente será aplicado um questionário para o aluno e uma entrevista com os pais para coleta de informações. Em seguida, de posse do boletim será realizada a coleta dos dados quanto ao seu rendimento escolar, através das notas, durante os dois primeiros bimestres do ano letivo de 2011 que ao ser comparado com as notas do primeiro semestre de 2012 (ano em que buscamos regulamentar a Lei 14.146/08) comprovaremos que o uso inadequado das mídias digitais atrapalha a aprendizagem do aluno.    
Serão realizadas palestras na escola com sociólogos, psicólogos e técnicos em informática, a fim de esclarecer os pontos positivos e, em especial, os pontos negativos quanto ao uso irresponsável e inadequado das tecnologias digitais na sociedade atual.
            As informações e dados obtidos na pesquisa deverão compor gráficos e tabelas que poderão contemplar por meio de amostragem em quanto e como o rendimento escolar dos alunos das escolas do Crato e, quem sabe do Carirí, são afetados pelo uso inadequado das mídias digitais, considerando o tempo, local e ocasião em que são usados.

Referências

AQUINO, Julio Groppa. Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996.

FREIRE, Paulo; VIANNA, Ilca O. de Almeida; SCHMIDT, Leide M.; RIBAS, Mariná Holzmann; CARVALHO, Marlene A. de; KHOURI, Ivonne; D’ANTOLA, Arlette; NOFFS, Neide de Aquino; ABUD, Maria J. Milharezi; ROMEU, Sônia Aparecida. Disciplina na escola: autoridade versus autoritarismo. São Paulo: EPU, 1989.

GALDEMAN, Henrique. De Gutenberg à internet: direitos autorais das origens à era digital. 5 ed., Rio de Janeiro: Record, 2007.

SANCHO, Joana Maria; HERNÁNDEZ, Fernando. Tecnologias para transformar a educação. Porto Alegre: Artmed, 2006.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 16 ed., Rio de Janeiro: Record, 2008.
Sites
  1. CRUZ, Marcus Vinicius Maia da.; RAMOS, Matheus Edson; BOSCARIOL, Matheus Salgado; ALEIXO, Robson Pereira. Informática e educação: pontos negativos, disponível em: <wiki.icmc.usp.br/.../informáticaeeducação> acesso em 02/04/12

Lei Artur Bruno, disponível em: <http://www.arturbruno.com.br/artigos/texto.asp?oi=1476> acesso em: 12/04/2012.
 

“Patrimônio histórico e cultural: a memória de um passado aos poucos apagada da história do Crato”



AUTORES:
Luciano Francisco de Melo -  Luciano.educ@yahoo.com.br
Maria Dalva da Conceição -  dalvamdc@gmail.com



INTRODUÇÃO

As mais novas concepções em torno do que é patrimônio histórico nos dão conta de que, prédios ou construções antigas que possuem significados para uma população ou para um grupo social, não são apenas estruturas físicas, são “lugares de memória”, ou seja, são patrimônios históricos, porque são investidos de simbologia e significados, representantes de relações humanas que foram, ou são estabelecidas neles.                                                                                Partindo desse pressuposto “um lugar quer dizer um fato material produtor de sentido” (BORJA, 1999, P. 30) que quando alterado em demasia, fere a identidade da população e apaga inúmeros aspectos histórico-sociais de uma época. O Município de Crato-Ce passa por uma verdadeira metamorfose, pois ao avaliar a quantidade de construções históricas antigas da cidade e compará-las com registros fotográficos de entre vinte e trinta anos atrás, pode-se observar que o centro da cidade e vários outros espaços físicos de lazer ou sociabilidade foram totalmente modificados.                                                        As últimas reformas que foram realizadas nas praças centrais pelo Governo estadual, aconteceram sem nenhuma consulta ou consentimento da população; e a cada reforma uma transformação radical é realizada. E cada vez que se modifica um lugar, se modifica também a relação que as pessoas mantêm com ele, aproximando ou distanciando ao passo que pode torná-lo agradável para a geração mais jovem do presente, mas afeta as memórias afetivas de gerações mais velhas e as lembranças delas para com o lugar, ao passo que, também se apagam aspectos históricos com os quais estas novas gerações já não vão mais entrar em contato.                                                           Diante da problemática com relação ao descaso por parte do poder público e da própria sociedade no tratamento que há com a memória ou com os vestígios materiais da história do Crato, O presente trabalho busca despertar junto à comunidade escolar e a população cratense para a importância de se preservar a arquitetura, os monumentos do patrimônio histórico que ainda resta na cidade, uma vez que “nem tudo o que é velho é inadequado e nem tudo o que é novo é progresso” (FILHO, 2007, P. 214).

METODOLOGIA

Projeto desenvolvido por professores e alunos da Escola José Alves de Figueiredo por meio de pesquisa bibliográfica, questionários, entrevistas, e estudo de campo. Inicialmente foi realizado um diagnóstico com os alunos para perceber a relevância do tema proposto; e em seguida buscou-se referências bibliográficas orais e escritas que descem subsídios à pesquisa. Depois de selecionar fotos antigas do município e de refletir sobre o impacto causado pela modernidade em sua estrutura urbana fomos à campo para ver na prática, como as eventuais transformações apagaram ou ofuscaram a história do Crato. 

 OBJETIVO

Despertar junto à comunidade escolar e a sociedade cratense o sentimento de pertencimento ao lugar em que vivem mostrando a importância e a necessidade de se preservar o patrimônio histórico que ainda resta na cidade sob a pena de perder a essência de seu riquíssimo passado histórico.

RESULTADOS

Perceber que a memória histórica da cidade está se fragilizando, já que diminuindo os vestígios materiais físicos, prédios , construções, seus monumentos ou com a escassez destes,  ela dependerá exclusivamente dos registros escritos e do empenho das pessoas em buscar esta história,  caso ainda se interessem por ela.

CONSIDERAÇÕES FINAIS


A busca por adequação urbana, a tentativa talvez de melhorar o fluxo de pedestres e de automóveis ou por capricho ligado a aparência, as ruas, os prédios, as praças foram radicalmente modificados, postos abaixo evidenciando o desrespeito e completo descaso com a memória do povo cratense. Parece não haver a menor preocupação em preservar os aspectos histórico-sociais da cidade, fato que faz do município do Crato hoje, uma cidade pobre do ponto de vista da preservação do patrimônio histórico.


PALAVRAS CHAVES

PATRIMÔNIO HISTÓRICO – LUGAR – SIGNIFICADO – HISTÓRIA

REFERÊNCIAS


  • ·         CIDADE CONTEMPORÂNEA, 2002, Salvador. CD Anais - III Seminário Internacional Patrimônio e Cidade Contemporânea. Salvador: FAU-UFBA, 2002.
  • ·         FILHO, Waldemar Arraes de farias. Crato: Evolução urbana e Arquitetura 1740-1960. Fortaleza: Expressão gráfica e Editora, 2007. 272p.