terça-feira, 23 de agosto de 2016

Gênese de um povo


Luciano Francisco de Melo
A evolução se não for desatino!
Uma obra prima da “Criação”
Fez da África o espaço uterino
Do mamífero em maturação...
Criou o primata genuíno                                                                  
Com nove meses de gestação,
Selando assim o destino
Dos hominídeos a cada geração.

Achou-se o criador
Por ironia do destino
Fazer do “pecador”
Um espécime evolutivo
Com dedo opositor
Sentidos de primata instintivo
Racional, empírico e articulador
 Fez do Homo Sapiens inventivo.

Graças à elevação da temperatura,
Aumentou as espécies a verdejar!
 Havia mais fruta madura
E sementes para coletar.
Enquanto os homens caçavam,
As mulheres se puseram a observar
Que as sementes que abandonavam
Logo começavam a germinar.

Elas traçaram o legado
Para uso do solo e ocupação
Que tornaria o homem sedentarizado
E promoveria sua fixação,
Pois há quase 10 mil anos contados
Criaram os métodos de domesticação
De plantas e animais apreciados
Como base de sua alimentação.

Em “nomadismo recorrente”
O homem promove a migração
Diante do ecúmeno mais atraente
Promove-se a fixação
Com uso da técnica e da mente
Posta em pratica na construção;
Deu origem ao excedente
Na agricultura e na criação.

Por razões desconhecidas
A migrar pelos continentes
O homem povoou terras infindas
Férteis, áridas, geladas incipientes.
Imagino a dureza na vinda!
Pelo Estreito de Bering em degelo
Arriscares a própria sorte, a vida
Ao relento do frio relevo.

Por dedução ou pura sorte
Na America o homem chegou
Se povoou inicialmente o Norte!
Pelo Grand Cânion passou
Trilhando caminhos de morte,
Eis a sorte! Que por pioneirismo vingou
A espécie humana vil e forte
Que da África para cá migrou.

Ao Sul, a paisagem é diferente
De natureza exuberante
Clima tropical e quente
Hidrografia, dimensões hesitantes!
Fauna e flora abundante
Eis o elo entre a África e a gente!
Ao mandar de um povo distante
A raiz dupla de um país imponente.

Dupla sim! Eis a razão,
Pois de modo diferente
Houve outra migração
Forçados como indigente
Do seio da sua nação
Escravizados, muitos doentes
Trazidos na embarcação
Direto para o ocidente.

Não se pode deixar de notar
Dentre “o povo brasileiro”
As cores tingidas na pele
A retratar o pioneiro
Mártir de um passado que fere
O “nativo” e o negro guerreiro
Por seu histórico de cárcere
Escravizado pelo estrangeiro.

Três etnias diferentes
De mesmo tronco africano
Interagem de forma envolvente
Por séculos miscigenando
Os traços de um povo valente
Que aos poucos foi povoando
As terras de um país continente
Que outros andavam espreitando.

Forçada pelos franceses
A família real veio para o Brasil
 Contando com aliados ingleses
Quando Portugal, Bonaparte invadiu;
E ali permaneceu poucos meses,
Já que a Inglaterra conseguiu
Expulsar o invasor de uma vez;
Mudando a história do Brasil!

D. João fez da colônia, nação!
Estimulou o desenvolvimento fabril,
Abriu estradas, ruas e iluminação...  
Criou a casa da moeda e o banco do Brasil
Realizou melhorias em arte e educação; 
Abril as portas a “nação mercantil”.
Na agricultura - açúcar, café e algodão,
Deu “suporte” à independência do Brasil

 O negro africano e o nativo
 Mão de obra da colonização
Não recebeu qualquer incentivo
Da Lei Áurea que aboliu a escravidão.
O negro deixou de ser cativo,
Mas sofreu com a expropriação
Do lar, da terra e do “trabalho exclusivo”
 Aos brancos de outra nação.

O progresso veio atrelado à razão!
O liberalismo e a república instituída
Estimularam a industrialização,
Que molda objetos e a vida
Nas fábricas de toda a nação
Inferindo dinheiro e comida...
No capitalismo, meio de produção
De privilégios e “cidadania vendida”.

Por fim, eis na face do brasileiro
As marcas que o tempo deixou.
A miscigenação do rosto herdeiro
Das três raças que emigrou
Da África, o berço primeiro
Do homo sapiens que nos legou
A matriz do homem pioneiro
E do brasileiro que originou.




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