Luciano Francisco de Melo
A evolução
se não for desatino!
Uma obra
prima da “Criação”
Fez da África
o espaço uterino
Do mamífero
em maturação...
Criou o primata
genuíno
Com nove
meses de gestação,
Selando
assim o destino
Dos
hominídeos a cada geração.
Achou-se o
criador
Por ironia
do destino
Fazer do
“pecador”
Um espécime evolutivo
Com dedo opositor
Sentidos de
primata instintivo
Racional,
empírico e articulador
Fez do Homo Sapiens inventivo.
Graças à
elevação da temperatura,
Aumentou as
espécies a verdejar!
Havia mais fruta madura
E sementes para
coletar.
Enquanto os
homens caçavam,
As mulheres
se puseram a observar
Que as
sementes que abandonavam
Logo
começavam a germinar.
Elas traçaram
o legado
Para uso do
solo e ocupação
Que tornaria
o homem sedentarizado
E promoveria
sua fixação,
Pois há
quase 10 mil anos contados
Criaram os
métodos de domesticação
De plantas e
animais apreciados
Como base de
sua alimentação.
Em “nomadismo
recorrente”
O homem
promove a migração
Diante do
ecúmeno mais atraente
Promove-se a
fixação
Com uso da técnica
e da mente
Posta em
pratica na construção;
Deu origem
ao excedente
Na
agricultura e na criação.
Por razões
desconhecidas
A migrar
pelos continentes
O homem
povoou terras infindas
Férteis, áridas,
geladas incipientes.
Imagino a
dureza na vinda!
Pelo Estreito
de Bering em degelo
Arriscares a
própria sorte, a vida
Ao relento
do frio relevo.
Por dedução
ou pura sorte
Na America o
homem chegou
Se povoou
inicialmente o Norte!
Pelo Grand Cânion
passou
Trilhando
caminhos de morte,
Eis a sorte!
Que por pioneirismo vingou
A espécie
humana vil e forte
Que da
África para cá migrou.
Ao Sul, a
paisagem é diferente
De natureza exuberante
Clima tropical
e quente
Hidrografia,
dimensões hesitantes!
Fauna e
flora abundante
Eis o elo
entre a África e a gente!
Ao mandar de
um povo distante
A raiz dupla
de um país imponente.
Dupla sim! Eis
a razão,
Pois de modo
diferente
Houve outra migração
Forçados como
indigente
Do seio da
sua nação
Escravizados,
muitos doentes
Trazidos na
embarcação
Direto para
o ocidente.
Não se pode
deixar de notar
Dentre “o
povo brasileiro”
As cores
tingidas na pele
A retratar o
pioneiro
Mártir de um
passado que fere
O “nativo” e
o negro guerreiro
Por seu
histórico de cárcere
Escravizado
pelo estrangeiro.
Três etnias
diferentes
De mesmo
tronco africano
Interagem de
forma envolvente
Por séculos
miscigenando
Os traços de
um povo valente
Que aos poucos
foi povoando
As terras de
um país continente
Que outros
andavam espreitando.
Forçada
pelos franceses
A família
real veio para o Brasil
Contando com aliados ingleses
Quando
Portugal, Bonaparte invadiu;
E ali
permaneceu poucos meses,
Já que a Inglaterra
conseguiu
Expulsar o
invasor de uma vez;
Mudando a
história do Brasil!
D. João fez
da colônia, nação!
Estimulou o
desenvolvimento fabril,
Abriu
estradas, ruas e iluminação...
Criou a casa
da moeda e o banco do Brasil
Realizou
melhorias em arte e educação;
Abril as
portas a “nação mercantil”.
Na
agricultura - açúcar, café e algodão,
Deu “suporte”
à independência do Brasil
O negro africano e o nativo
Mão de obra da colonização
Não recebeu
qualquer incentivo
Da Lei Áurea
que aboliu a escravidão.
O negro deixou
de ser cativo,
Mas
sofreu com a expropriação
Do
lar, da terra e do “trabalho exclusivo”
Aos brancos de outra nação.
O
progresso veio atrelado à razão!
O
liberalismo e a república instituída
Estimularam
a industrialização,
Que
molda objetos e a vida
Nas
fábricas de toda a nação
Inferindo
dinheiro e comida...
No
capitalismo, meio de produção
De
privilégios e “cidadania vendida”.
Por
fim, eis na face do brasileiro
As
marcas que o tempo deixou.
A
miscigenação do rosto herdeiro
Das
três raças que emigrou
Da
África, o berço primeiro
Do
homo sapiens que nos legou
A
matriz do homem pioneiro
E
do brasileiro que originou.
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